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Pulsar e Joy Division, o que tem a ver?

Se você gosta de ouvir um bom pós-punk, ou gosta de música no geral, provavelmente já deve ter se deparado em algum momento com a capa do albúm de estreia de Joy Division.

A capa do albúm chama atenção mesmo sendo tão simples. Você saberia dizer por quê?

Na verdade, esse desenho foi produzido em 1970 por um astronomo chamado Harold Craft, e inicialmente não tinha intenção de ser atribuido a banda, já que ele foi produzido para fins cientificos. Ao contrário de apenas rabiscos ou uma cadeia de montanhas, a imagem representa sinais emitidos pelo pulsar conhecido como "B1919+21". Mas afinal, o que é um Pulsar?


Todos sabemos que as estrelas tem prazo de vida, e ao morrerem, dependendo de sua massa, podem virar tanto uma anã branca, quanto um buraco negro. Mas não é assim tão simples: além desses dois fins para uma estrela, nós temos também a Estrela de Neutrôn. Ela carrega esse nome principalmente por conta da sua constituição, já que quando uma estrela de tamanho médio morre, a gravidade a altera suficientemente para que seus prótons e eletrons sejam esmagados, formando neutrôns e neutrinos, mas os últimos acabam vagando pelo espaço. Ficamos então com uma estrela formada principalmente por neutrôns, mas com resquícios de outras particulas eletricamente carregadas, e ao girar, nós temos a origem do campo magnético de uma estrela de neutrôn. Esse campo magnético não precisa estar necessariamente alinhado com o eixo de rotação, e quando há a rotação da estrela, feixes de energia iluminam o espaço dando a sensação de que estamos vendo um farol. Quando a estrela de neutrôns se encontra em altíssima rotação, nós podemos chama-lá de pulsar.


A primeira vez que um pulsar foi detectado foi em 1967, e devido a interferência em ondas de rádio que se repetiam constantemente a cada 1.3 segundos, os pesquisadores a chamaram de Little Green Men (LGM), ou seja, eles acharam que essa era uma evidência de tentativa de contato extraterrestre. O que se descobriu depois já tinha sido previsto teoricamente na década de 1930, e portanto, em 1967 apenas foi observado.


Segundo Patrick Weltevrede, um pesquisador astrofísico: "Quando o sinal original foi gravado, não se sabia por que alguns pulsares emitiam radiação em padrões definidos. Com a tecnologia atual, pudemos determinar que são partículas criadas por descargas elétricas. As ondas de rádio na capa de Unknown Pleasures e as ondas captadas em nossas novas imagens são causadas por ‘relâmpagos’ produzidos no espaço, a muitos anos-luz de distância. Entendemos esse tipo de ocorrência muito melhor agora, mas os pulsares ainda são um enigma – um dos fenômenos mais extremos da natureza".


Atualmente, o mapa da superfície de um Pulsar pode ser produzido por um equipamento chamado Nicer, na ISS, que conseguiu medir a massa e o tamanho exato do pulsar J00030, e também conseguiu mapear a sua superfície em busca de hotspots (pontos que emitem a "luz" do pulsar). A utilidade dessas informações podem nos ajudar até em futuros casos de navegação espacial!


E aí? Você sabia da origem da capa de Unknown Pleasures?


Fonte: https://www.nasa.gov/feature/goddard/2019/nasa-s-nicer-delivers-best-ever-pulsar-measurements-1st-surface-map

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